Critérios para a Certificação de Competências Inter-Cultural de Mediadores IMI
Ana Maria Gonçalves e François Bogacz fizeram parte do grupo internacional de mediadores que participou na sessão europeia do programa piloto desta certificação.
O Grupo de Trabalho Inter-Cultural do Independent Standards Commission (ISC) do IMI, concluiu seu trabalho de desenvolvimento sobre os critérios para a Certificação de Competências Inter-Cultural de Mediadores IMI. Uma cópia dos critérios pode ser encontrado em: http://imimediation.org/intercultural-certification-criteria
Este trabalho foi parcialmente financiado pela Fundação da General Electric. Uma consulta pública seguida de vários testes destes critérios realizados em programas-piloto em todo o mundo. Foram realizadas sessões piloto em Paris (Europa), Brisbane (Australia) e Singapura (Asia) em 2011. Mediadores experientes e formadores de todo o mundo tiveram oportunidade de ter uma participação activa e directa nesta iniciativa importante.
O ICFML, que é como sabem o Qualifying Acessing Program para o IMI em Portugal, que permite o acesso aos mediadores dos países lusófonos a uma certificação em Português, vai desde já começar todo o processo junto do IMI para poder oferecer esta qualificação intercultural em Português.
Os critérios de certificação inter-cultural podem se consultados no site do IMI em formato integral, mas desde já vos deixo aqui uma ideia sobre os conhecimentos e sobre as capacidades que farão parte do assessment dos mediadores que desejarem ter acesso a esta certificação quando ela estiver disponível. Como sabemos definir cultura é algo difícil mas estas linhas resumem as conclusões a que chegaram os diferentes grupos de trabalho representativo de mediadores, formadores e académicos de todas as áreas do globo. Uma parte A relativa a conhecimentos e uma parte B relativa a capacidades.
A – Conhecimentos
1. Quadro Cultural: Capacidade de aplicar pelo menos uma reconhecida teoria cultural, a fim de identificar áreas de foco cultural relevantes para facilitar mediações. A teoria ea abordagem deve incluir uma apreciação de semelhanças e diferenças entre culturas.
2. Auto-consciência. Capacidade de reconhecer as próprias influências culturais e seu possível efeito sobre a mediação.
3. “Multi-Cultural Perspectives”: Capacidade de reconhecer em cada participante a influência cultural das perspectivas expressas e dos comportamentos ou da forma como os eventos são relatados. Capacidade para compreender e apreciar semelhanças e diferenças nas perspectivas culturais dos participantes, e os desequilíbrios possíveis entre eles. Capacidade de gerir as ambigüidades e erros que possam surgir em situações multi-culturais. Capacidade de usar as capacidades de compreensão culturais do mediador para minimizar essas possíveis diferenças e criar um ambiente viável para todos os participantes, incluindo um que optimiza a comunicação entre eles.
B – Capacidades
4. Comunicação: Capacidade de ajustar um estilo de comunicação próprio para os estilos preferidos de participantes de outras culturas, e para ajudar os participantes a comunicarem perfeitamente uns com os outros, incluindo o estabelecimento de processos adequados para facilitar a comunicação.
5. Preparação: Capacidade do mediador para se preparar para uma mediação através da identificação de possíveis padrões e preferências culturais (por exemplo, identificar áreas específicas de foco cultural de cada mediação) e desenho de processos potencialmente adequados e possíveis intervenções.
6. Gestão do processo. Capacidade de detectar quando e como as considerações culturais podem estar a impactar o processo e a progressão da mediação, incluindo capacidades para adaptar o processo em conformidade e planear as intervenções adequadas.
Até breve para mais notícias sobre este tema
Ana